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Carlos Ferreira, 54 anos

Carlos Ferreira, 54 anos. A primeira vez que vi o Sr. Carlos, este estava na zona do calhau: "Sou daqui de cima, mas vivi 30 anos no estrangeiro, na América. Trabalhava na construção das estradas. Fui para lá com 17 anos... já estou de volta à ilha há 10 anos, mas todos os anos vou lá. Voltei porque era apenas eu e a minha mulher, não precisamos assim de grandes coisas... e cá temos a nossa família toda. Mas se calhar este ano eu volto lá para ir dar uma volta!". Conta que começou a trabalhar aqui quando era muito jovem, e depois da escola trabalhava como pintor, mas um dos irmãos que já estava na América, fez-lhe a carta de chamada e lá foi.
Sobre a diferença entre os Açores e os EUA, este diz-me que "os Açores têm tudo, tudo, menos trabalho, mesmo com cursos e tudo não há nada, e assim economia não mexe!", sendo que por outro lado, na América "se não arranjares trabalho numa semana, há na semana a seguir." Conta-me que ainda vive do dinheiro que fez nos EUA, e recebe algumas rendas. Mas mesmo assim, sempre que lá regressa, trabalha durante "uns 3 meses, para equilibrar sempre.”
Quando lhe perguntei o que andava por ali a fazer, explica-me que estava a apanhar caranguejo e minhoca para a pesca: "isto vem do meu pai, que sempre foi sempre pescador, bem como os meus irmãos. Eles emigraram, como eu, mas eu gosto muito da pesca e de estar ao pé do mar, aqui sinto-me muito bem.” Embora recorde as boas lembranças da sua vida em terras americanas, diz-me que as saudades apertaram demais, e "uma pessoa esmorece.... vamos conhecendo em redor, mas as saudades eram fortes, estou muito feliz por ter voltado. Vou gozando a minha vida assim, sou feliz, tenho a minha esposa. E é preciso é ter saúde, tenho a minha família em meu redor, não preciso de mais nada.” Obrigado pelo seu tempo, Sr. Carlos.

Mosteiros. 26 de Fevereiro de 2016
Rui Soares



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