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João Rocha, 67 anos

João Rocha, 67 anos. No momento em que estava a comentar com uma amiga o facto de já ter ouvido algumas negas eis que ela vê um conhecido e chama-o. É certo que o João já é, para alguns, uma cara conhecida, por ter sido o primeiro treinador do Rui Patrício que, na altura, ainda nem era guarda-redes. Mas não era sobre isso que eu queria falar. Actualmente está reformado e dedica uma boa parte do seu tempo à filatelia. “Comecei a juntar selos quando era adolescente. Na minha geração fazia-se colecção de tudo e mais alguma coisa”, diz sorrindo. Apenas mais tarde é que veio a encarar a filatelia mais a sério e agora diz nem saber ao certo quantos selos tem na colecção, mas acredita ter cerca de 6.000. “Gosto imenso de coleccionar selos de Portugal e tenho imensos. Mas como tinha uma vida ligada ao desporto, acabei por criar grande parte da colecção com selos dos mundiais de futebol. Que, vim a saber mais tarde, existem imensos. Neste momento já se torna uma paixão dispendiosa porque a escrita está a ser uma prática cada vez menos usada, o que faz com que torne bastante difícil encontrar selos. Antigamente, por exemplo, íamos a grandes empresas pedir e eles até nos davam”, revela João, acrescentando que felizmente já existem sites onde se podem comprar ou até mesmo trocar alguns exemplares. Como o desporto faz efectivamente parte da vida do João, a conversa ruma inevitavelmente para o futebol e para o motivo que o levou a deixar de ser treinador. “Na realidade, estava cansado de treinar alguns pais de miúdos. Cheguei a assistir a zaragatas entre pais, nas bancadas, durante os jogos. Não tenho dúvidas que, na maioria desses casos, os pais exigiam tanto dos filhos porque queriam que eles fossem aquilo que eles não conseguiram ser”, afirma, sublinhando que isso apenas se torna numa pressão para os miúdos. João entende que os pais deviam incentivar os filhos a praticar desporto, mas sem quererem que eles sejam obrigatoriamente os melhores do mundo. “Embora possa custar, temos de ter noção que nem todos nascem para isso e alguns têm mais jeito para umas coisas do que para outras. Mas, sinceramente, acho que os pais se deviam preocupar em ensinar os valores da vida e em dar-lhes uma boa educação. Nesse ponto é que está o verdadeiro problema”, conclui.

Leiria, 4 Agosto 2016
Rui Miguel Pedrosa


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