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Filomena Condeça, 53 anos

Filomena Condeça, 53 anos - Encontrei a Filomena no Estádio do Bonfim em Setúbal onde estava de prevenção ao jogo de futebol. "Sou bombeira há pouco mais de um ano" Intrigou-me o facto de apenas o ser há tão pouco tempo "Sempre quis ser bombeira, há muitos anos na escola estava a estudar e houve um grande acidente com um autocarro com Espanhóis. Tinha uma colega de turma que era bombeira e saiu das aulas para ir prestar auxilio e depois quando me contou o que tinha feito eu f...iquei a pensar naquilo e achei que era o que queria fazer na vida. Mas primeiro mandava a família e depois o marido, depois quando me separei tentei entrar aos 45 anos mas fiquei a saber que já tinha passado a idade para poder ser bombeira e fiquei muito triste mas conformei-me, na vida há sonhos que não se concretizam...Um dia depois de uma noitada de dança, que eu adoro dançar, cheguei a casa e não tinha sono, fui ao facebook e vi um anuncio dos Bombeiros Voluntários de Setúbal com inscrições para bombeiro e a idade máxima tinha sido alargada, quase nem dormi e na segunda feira seguinte às 9h da manhã estava lá à porta deles para me candidatar e aqui estou!" Perguntei-lhe o que era para ela ser bombeira "Para mim, ajudar os outros é das coisas mais bonitas de se fazer, não gosto de fardas mas sempre gostei desta de bombeiro pelo que representa, muitas vezes as pessoas pedem-nos carinho, muitas vezes apenas que lhes seguremos nas mão e as escutemos, porque há muita solidão, e mesmo só isso já é muito gratificante. Infelizmente por causa da minha idade já não posso fazer carreira e tenho uma imobiliária aqui em Setúbal, mas sempre que tenho tempo livre venho para aqui." Perguntei-lhe se se lembrava de alguma situação que se tivesse passado no seu primeiro ano como bombeira "Como lhe disse estou à pouco tempo nos bombeiros e devido à minha idade não posso combater incêndios, só faço área de saúde e claro conduzir as ambulâncias, mas tive uma situação com uma menina de 5 anos que sofreu uma intoxicação e foi o tempo todo abraçada a mim até ao hospital e sei que se salvou, quando há situações com crianças e idosos marca sempre."

Setúbal, 24 de abril de 2016
Miguel A. Lopes




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