Durante uma reportagem que fiz no Centro Hospitalar de Coimbra encontrei o "Ricardo", que não quis revelar para o projeto o seu nome por razões profissionais e familiares. O "Ricardo" sofre desde dos seus 13 anos de epilepsia. "Na escola, um dia, enquanto estávamos em educação física caí e tive bastantes espasmos, tinha 13 e foi aí a primeira vez que a doença se manifestou em mim". O "Ricardo" está agora internado e sob observação durante 24 horas. A sala onde esta fotografia foi tirada está repleta de câmaras de vigilância e microfones para que todas as quebras e ataques de epilepsia que sofra fiquem registados. Os fios que o "Ricardo" tem na cabeça dão informação ao segundo "do estado do seu cérebro" e ajudam os médicos e enfermeiros e ter uma maior noção do estado de saúde do "Ricardo". "Trabalho e vou ser pai daqui a uns meses, não quero aparecer na fotografia porque o meu patrão não sabe do meu problema de saúde e provavelmente despedia-me mas como ele também muitos familiares meus não o sabem. A epilepsia, neste caso, pode matar... E eu tenho medo de morrer e de os deixar". "Eu não posso conduzir por exemplo, é extremamente perigoso eu andar sozinho na rua, posso ter um ataque e cair, bater com a cabeça... Ao conduzir posso-me despistar e não só pôr a minha vida em risco como a de outras pessoas". Tivemos muito pouco tempo para conversar, devido à pressão dos médicos, mas teria com certeza muitas mais perguntas para lhe fazer sobre esta doença que pouco ou nada sei. Desejo a maior sorte do mundo ao "Ricardo" e as melhoras.

Coimbra, 9 de julho de 2016
João Porfírio