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Norberto Serpa, 59 anos

Norberto Serpa, 59 anos. Sendo uma das caras e nomes mais conhecidos do Faial, já conhecia o Sr. Norberto. Entre risos, quando lhe perguntei a idade, diz-me “pois é, já vou fazer 60 anos, quem diria?!” Nascido na ilha do Pico, mudou-se cedo aqui para o Faial para estudar no Departamento de Oceanografia e Pescas - onde mais tarde ficou a trabalhar; "mas continuo a ter no Pico o meu palácio", diz a sorrir, falando da sua fantástica adega, a qual já tive o privilégio de conhecer. Reformado há 3 anos, diz que conseguiu chegar a esta idade "mexendo os pés e o cérebro um bocadinho". Saindo da Universidade, tem agora tempo para o que gosta realmente de fazer: "Agora posso-me dedicar apenas aos meus barquinhos e às minhas coisas, e então sou uma pessoa muito rica porque tenho muito tempo para mim. Vou fazendo as minhas viagens pelo mundo, e, como isto aqui passa muito veleiro, consigo apanhar umas boleias em barcos de amigos. Daqui a dois dias chega um amigo com quem já atravessei 2 vezes o Atlântico”, diz com ar de satisfação. Fazendo uma retrospectiva em relação às ilhas e ao turismo, conta-me que há 25 anos era o único na actividade turístico-marítima por estas paragens e hoje em dia já existem 5 empresas, de modo que a evolução é notória. Por outro lado, diz que esta mesma evolução trouxe consigo uma massificação do turismo que, embora possa fazer sentido na maior ilha, não faz sentido nas restantes: "Isto não tem nada a ver com aquilo que tens em São Miguel. Aqui os Açores ainda são mais Açores, cá consegue-se ter uma vivência diferente... acho que temos de ter muito cuidado porque podemos ter uma qualidade superior, mas com menos turistas e menos confusão. Com muita gente numa terra que não foi gradualmente crescendo, a qualidade sofre. Começas a ir aos restaurantes e não tens quase nada típico; o peixe é da Pescanova, os alhos são de Espanha, etc., etc. Acho que esse fluxo todo de turismo vai trazer mais valias, mas para muito pouca gente. Este fluxo tira-nos um pouco a nossa originalidade”, diz muito sério. Por fim, conta-me que tem um ou outro plano "assim grande", mas não gasta muito do seu tempo a sonhar com determinadas coisas por fazer ou por ter: "Não, mon ami. É como te disse, sou rico porque tenho tempo para mim e para fazer aquilo que me dá prazer." Este ano foi fazer uma viagem pelas ilhas do Atlântico durante 4 meses com o seu filho depois de este terminar a faculdade: "Foi uma viagem óptima... foi uma espécie de 'reconnect' com ele, porque temos os nossos filhos mas nem sempre temos tempo para voltar a conhecê-los. Encontramo-nos um ao outro, de pai para filho. Foi bonito.” Obrigado Norberto e boas viagens!!

Horta, 25 de Maio de 2016
Rui Soares


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1 Comentários

  1. Obrigado Norberto por ser como é, um ser Humano Fantástico e Humano no verdadeiro sentido da palavra e com um " H " muito grande.
    Bem haja
    Susana Pereira

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