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Nídia Neves, 22 anos

Nídia Neves, 22 anos. Neste dia que muito se falou na batalha Táxis vs Uber reparei, na praça de táxis de Leiria, numa taxista. Era notório ser bastante jovem, a contrastar com os colegas de profissão que trabalham na mesma praça de táxis. Apesar de ser um "mundo" dominado por homens, é certo que cada vez há mais mulheres. Quando comecei a falar com ela, disse-me, com uma enorme simpatia, que era o seu segundo dia. "No primeiro dia, estava bastante nervosa. Cheia de medo de falhar. Mas correu tudo bem e, quando cheguei a casa pensei: fogo, gosto mesmo disto", conta continuando com um sorriso envergonhado. E explica que gostou imenso de poder servir as pessoas. Faz uma ressalva, dizendo ter sempre em conta que o importante é “cativar” o cliente. "Fazer com que ele confie em nós e nunca que, ao terminar o serviço, fique com a sensação que foi enganado. É que infelizmente essas coisas acontecem e por uns pagam todos", esclarece. Quando lhe pergunto como foi parar a esta profissão conta, sorrindo, que a culpa é do pai. "Ele já era taxista há 10 anos. E estava cansado e acabei por vir para cá trabalhar. Como os meus irmãos já tinham a vida deles mais ou menos orientada, e eu tenho o curso de design de moda mas não exerço a tempo inteiro, aceitei fazer a formação e a avaliação. E posso dizer que isto não é só pegar no carro e dar boleia às pessoas", diz Nídia. Revela que o facto do pai sentir orgulho nela a faz sentir bem. "Não demorei na decisão. Comigo, ou é ou não é. Gosto da aventura, de arriscar", revela. Mas sublinha que não pretende desistir do curso mas imagina-se a exercer a profissão em part-time. Em jeito de conclusão, estivemos à conversa sobre os eventuais perigos da profissão. Recebi logo uma resposta algo surpreendente e corajosa. "Tenho noção dos perigos da profissão. Mas não se pode andar a pensar nisso, senão ninguém trabalhava. O importante para mim é que estou a gostar e sinto-me bem. Já me sinto como se fosse um deles. E quero dar o meu melhor e, quem sabe, possa ser uma mais-valia". 

Leiria, 29 Abril 2016
Rui Miguel Pedrosa


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