Alzira Norte, 72 anos. Encontrei a senhora Alzira na igreja dos Marrazes e a sua simpatia contagiante despertou-me a atenção, ainda mais quando me disse que tinha “sessenta e 12 anos”. Começou por contar que esteve 20 anos em Moçambique, mas deu logo a entender que não queria aprofundar muito essa fase da sua vida. Mesmo assim, e antes de mudar de assunto, lá foi adiantando que ficou com boas recordações do país africano, em particular o marido e três filhos. “Trouxe três filhos, todos eles fantásticos”, adiantou Alzira, explicando que, já em Portugal, teve mais uma filha. Passei então a tentar perceber que tipo de compromisso tinha para com a Igreja. “Olhe, quando regressei, integrei a comunidade e vinha à missa, aqui na igreja dos Marrazes. Mais tarde, a convite do pároco, fui convidada para fazer parte da comissão da igreja”. Na altura, sentiu-se assustada, porque nunca havia tido responsabilidades semelhantes, mas depois do apoio e incentivo dos familiares, acabou por aceitar. “Sabe, nós gostamos da Igreja e queremos o melhor para Ela. E, além do mais, sempre senti que era um trabalho que precisa ser feito. Agora tenho imenso prazer em fazê-lo”, confidencia Alzira, esclarecendo que a comissão é composta por seis pessoas e todas colaboram nas tarefas. Quando pergunto o que é necessário para assumir este tipo de trabalho voluntário, responde: “É essencial ter um espírito de caridade. Venho praticamente todos os dias, sempre com um prazer enorme e com um sentido de cumprir o dever. Um dever que não é uma imposição mas sim um prazer. E enquanto puder, dentro das minhas capacidades, irei estar disponível para ajudar a Igreja”.
Marrazes, 12 Abril 2016
Rui Miguel Pedrosa
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