Tatiana Kraiduba, 41 anos. Encontrei a Tatiana a passear no jardim com uma amiga. Devo confessar que apesar de serem ucranianas, falavam português bastante bem, sem problema nenhum. Confessaram não ter dúvidas que a língua foi a maior dificuldade que tiveram, desde que chegaram a Portugal. “Na altura, frequentei uma escola de línguas. Mas o que contribuiu bastante para aprender rapidamente foi a minha patroa. Começei por trabalhar num café. Ela ajudou imenso. Mostrava-me os utensílios e dizia a palavra em português. E depois, praticava bastante com a família, em casa”. O regresso à Ucrânia para já está não faz parte dos seus planos, mas nunca se sabe. "A vida dá imensas voltas. Não posso dizer nunca. As coisas podem mudar de um dia para o outro. Gosto imenso de Portugal e já sabia que os portugueses eram bastante acolhedores. E a prova disso é a facilidade com que integram os estrangeiros. Mesmo os meus filhos, na escola, nunca sentiram qualquer tipo de discriminação. E também estão a adorar estar cá”. Quando lhe perguntei o motivo da vinda para Portugal, sorriu: “Estou cá há 12 anos. O meu marido já cá estava a trabalhar há dois.Tínhamos dois filhos e a distância não estava a ser suportável. E apesar de ter deixado os amigos e alguma família na Ucrânia, não resisti às saudades que sentia pelo meu marido”.

Leiria, 29 Fevereiro 2016
Rui Miguel Pedrosa