Rita Miguel, 36 anos. A Rita chamou a minha atenção enquanto praticava para um novo desafio que está a preparar para demonstrar em Espanha. Contou que é licenciada em pintura e escultura, mas foi em 2013, numa fase menos boa da vida, durante um retiro, que começou a conceber a ideia. Fã incondicional dos filmes de Tim Burton, considera-os uma inspiração para o que é actualmente o seu trabalho. “Queria tornar real aquilo que é a imaginação das pessoas. Desde o burlesco ao glamour, passando por dar uso à sensualidade da mulher. Quando comecei a conceber o projecto queria inserir o fogo nos meus espectáculos. Mas para isso tinha de perder o medo e acima de tudo ganhar respeito por ele e ter sempre cuidado com os perigos associados. Mas sempre com a ideia fixa que tinha de criar um projecto sério para poder ganhar dinheiro”. Então, começou a praticar para cumprir esse objectivo. “O meu primeiro espectáculo foi em 2014 e desde aí nunca mais parei. Com o tempo, fui criando espectáculos novos. Fui percebendo que tudo o que chocava as pessoas era precisamente o que o público queria ver. Comecei a levar tudo ao limite. Por exemplo, durante os meus espectáculos a adrenalina é tanta que entro num estado de êxtase que já nem sinto quando me queimo. Com o tempo fui também suportando a dor”. Perguntei se costuma fazer muitos espectáculos ao que rapidamente me respondeu que só em 2015, fez 175 espectáculos. O seu primeiro espectáculo além-fronteiras foi na Bulgária, na passagem de ano 2015-2016. “Foi uma experiência única. Adorei. Estavam 16 graus negativos e nem senti o frio”, contou, sorrindo com orgulho. 
No meio da conversa, Rita revelou que tinha um filho e terminámos a falar sobre o que ele achava do seu trabalho. "É o meu melhor amigo e companheiro. Nos espectáculos, que o posso levar, ele fica sempre na primeira fila. Está sempre a dizer que me admira imenso e se algum dia quiser fazer parte do espectáculo, o que duvido, terei todo o prazer em trabalhar com ele. O que ambos sabemos, são as minhas condições para qualquer espectáculo que faça: tem de haver respeito, não podem tocar nem aproximar-se de mim”.

Tomar, 23 Fevereiro 2016
Rui Miguel Pedrosa