Cristóvão Santos, 23 anos. Quando ia a passar no centro de Leiria, encontrei o Cristóvão “aos saltos” e rapidamente, percebi que estava a praticar ‘parkour’. Apesar de haver alguns sítios com potencial não é algo que se veja em Leiria. Conta-me que é da Lourinhã e que desde que tem a carta que aproveita para explorar “spots” novos. Explica que o nome de um praticante de “parkour” é “traceurs”. “Já pratico há 9 anos. Quando comecei ainda era uma modalidade pouco conhecida, em Portugal. Mas no estrangeiro já se praticava há cerca de 18 anos. E foi, depois de ter visto um programa de televisão sobre 'parkour' que fui procurar saber mais para poder aprender. Os vídeos ajudam imenso para ver movimentos e reproduzi-los. Na realidade, percebi que desde miúdo, tal como qualquer criança que gosta de andar aos saltos e a subir muros e árvores, que tenho interesse mas, simplesmente, não sabia que era mesmo uma modalidade”. Começou a ir a ‘jams’ (encontros de outros praticantes da modalidade) para aprender cada vez mais. E, admite, desde então começou a ver o 'parkour' de outra forma. “O 'parkour' não é só saltar de sítios altos. É mais do que isso. Existem mesmo técnicas específicas”. Rapidamente percebeu que era aquilo que pretendia praticar e que, para ser bom, teria de treinar. “Um bom ‘spot’ é tudo o que temos à nossa volta. Temos de nos adaptar ao ambiente que nos rodeia e aproveitá-lo para praticar”. Em Portugal, a modalidade não dá para viver. Embora, no estrangeiro, já seja possível viver disso. “Mas gostava mesmo que mais gente a praticasse para que a modalidade pudesse crescer. E ‘traceurs’ novos trazem sempre uma lufada de ar fresco, com movimentos e técnicas novas. Dessa forma, seria possível fazer ‘jams’ maiores para que pudesse haver mais contacto e convivência com outros praticantes”.
Leiria, 21 Fevereiro 2016
Rui Miguel Pedrosa
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