Filomena Tomé , 57 anos e António Almeida, 56 anos - Ambos têm um restaurante junto ao Largo do Carmo “A Parreirinha do Duque”. Mas a conversa foi com a Tia Mena como é conhecida. “Somos casados há 37 anos e é uma história bonita” Então deixei a Tia Mena falar “Namoramos um ano por correspondência, durante esse ano só nos conhecíamos por fotografia. Somos os dois da província, perto de Arganil e o meu António veio para Lisboa com 14 anos e começou a trabalhar numa cervejaria.... Aos 16 anos tinha um colega dele a trabalhar que também era lá da terra e que tinha o mesmo nome do meu marido e ele tinha irmãs e o meu António pediu-lhe se ele não lhe dava a morada de casa para ele pedir em namoro uma das suas irmãs. Esse rapaz não quis isso mas sugeriu-lhe a filha do Tio João da Taberna, o meu pai. Um dia recebi uma carta em nome de António Almeida a pedir namoro mas pensei que fosse o outro rapaz que eu até conhecia e não liguei. Passado uns tempos recebi outra carta com foto a voltar a pedir namoro e depois de mais algumas começamos a namorar assim durante um ano. Tenho umas duzentas e tal cartas guardadas, de dois em dois dias mais ou menos recebia uma carta e eu também lhe escrevia” Depois perguntei-lhe como tinha sido o primeiro encontro e os seus olhos brilharam “um dia eu sabia que ele vinha ai e vim até à rua esperar, ao cimo da rua vinha um rapaz de moto, como só o conhecia por foto pus-me a pensar se aquele rapaz seria realmente o meu namorado. Os meus pais estiveram sempre por perto e eu fiquei assim agarrado a ele” Nesse momento pedi para fazer a foto “ficamos assim e depois às escondidas demos uns beijinhos” No final da conversa disseram-me ambos com orgulho que restauraram a moto do primeiro encontro e ainda hoje a têm. Agradeci a conversa e elogiei a comida que era caseira e muito boa.
Lisboa, 31 de janeiro de 2016
Miguel A. Lopes
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