José Augusto Santos, 88 anos. É natural de Gouveia, mas está em Leiria, com a família, a fazer companhia à neta, que tem uma loja de enxovais para bebés. Estivemos um bom bocado a falar. “Trabalhei desde o início dos anos 40 na indústria têxtil, até 1996, quando me reformei”, conta. Na fábrica fazia um pouco de tudo. “Nada acontecia sem antes consultarem o Senhor Augusto”, diz, orgulhoso. Com alguma pena, admite que “infelizmente, hoje em dia praticamente já não há indústria têxtil naquela zona”. “Mas naquela altura, a nossa fábrica fabricava tudo o que era material do melhor”. 
E não tem problema ao afirmar que, actualmente, os “tecidos já não têm a mesma qualidade”. Quando se começou a aperceber da queda da indústria têxtil, já se tinha reformado. E não tem problema em dizer que “a importação ajudou muito ao fim dos têxteis em Portugal”. 


Leiria, 30 Dezembro 2015
Rui Miguel Pedrosa