"Nós como sociedade, todos juntos, acho que conseguimos"
Quando encontrei o Hugo, acho que eu estava mais nervoso que ele, por voltar a fazer um Estranho, de novo depois de tantos anos.
Estava um frio de rachar, mas uma luz muito bonita na estação do Metro da Trindade, e quando lhe expliquei o projecto, ele rapidamente respondeu: “Então estou aqui a tentar convencer as pessoas, faço activismo pelo ambiente, pela justiça climática, estou a organizar um encontro que vai ser organizado em Coimbra, dia 10 e 11 de Fev, mas neste caso, viemos ao Porto, tentar parar o gás.” E passou rapidamente a explicar que: “O gás que Portugal recebe é para produzir energia, mas ate 2025 é possível passar a 100% de energias renováveis e estamos a tentar explicar as pessoas como se poderia fazer isso”.
“Eu queria ser bué veterinário, até ao 10º ano, até tinhas notas decentes, mas a certo ponto desiludi-me, baixei as notas e entrei em Química Aplicada em Almada, mas era bué estar no laboratório, passava a vida lá, percebi que não queria isso, depois, já com mestrado em Comunicação de Ciência encontrei-me no activismo, é o salto de fé que precisamos. Nós como sociedade, todos juntos, acho que conseguimos".
Fiquei bastante curioso com o Salto de Fé dele, e pedi-lhe que me explicasse: “O meu salto de fé, bem, eu sou de uma pequena terra, de Torres Novas, e passa lá um rio, e há um par de anos, o rio secou pela primeira vez, e ir lá, ver aquilo tudo morto, seco, sem vida, peixes mortos, ver os pescadores que não conseguem pescar, são os agricultores que ficam sem água, enfim, é todo um ecossistema que fica destruído, epá nós conseguimos fazer melhor que isso, basta gerir a água…(…), é como as alterações climáticas, as pessoas pensam que só acontece lá longe aos outros, só temos de pensar um bocadinho”, “Para um salto de fé, olha, acreditem, saltem, se acreditam mesmo, saltem! é difícil, eu sei e cada vez temos menos margem de manobra, ainda por cima com o aumento do custo de vida, mas temos de parar o gas.”…Disse sorridente!!
Boa sorte Hugo!
Porto, 23 janeiro 2023
Rui Soares
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