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João Santos, 41 anos

João Santos, 41 anos. Quando conheci o João e ele me disse a sua idade, fiquei bastante espantado, ao qual ele me respondeu com uma gargalhada, bastante sonora; “ando a poupar” disse ele. “Sou cabo-verdiano e estou cá desde 2001, vim para estudar Ciência Política, mas para estudar, tinha de trabalhar, e as coisas “enqueixaram-se", mas consegui acabar o curso, trabalho na área da formação e na área da consultadoria.. Cheguei cá depois de fazer o serviço militar que era obrigatório e vim para cá com 23 anos, mais ou menos, e já não volto lá a 5 anos, essa crise tinha de aparecer” contou-me ele, e continuando a falar sobre a sua terra natal, admitiu alguma nostalgia; “tenho saudades do liceu, lá na minha ilha em Santo Antão, e da altura da tropa..mas não tenho saudades como a Cesária Évora diz.., não tenho muitas saudades, nós que nascemos muito perto do mar adaptamo-nos muito depressa..não são saudades, são recordações. Mas foi fácil habituar-me cá, pareço que me mudei de uma zona da ilha para outra, Santo Antão é mais quentinho, temos praticamente o ano inteiro de verão, a maior diferença, para mim, acho que foram nas pessoas, tinha um grupo de amigos lá e cá tive de fazer novos amigos, mas correu muito bem”. Falamos sobre o seu futuro e as suas ideias; “não faço grandes planos, tenho ambições, mas nós estamos viver num tempo que as coisas mudam com tanta rapidez e e de forma tão diferente, que acho que a nossa geração tem de se adaptar muito depressa, por isso é melhor não fazer planos, sendo todos as semanas tínhamos de fazer planos, o que é hoje pode já não ser amanha, mas ambições isto sim e uma delas é voltar ao meu pais, dar ao meu pais aquilo que ele me deu a mim, sinto um pouco esta obrigação! Gostava de voltar de ajudar no que puder, e voltar é sempre uma hipótese..porque os emigrantes, bem, nos podemos voltar mas temos sempre a cabeça noutro local..e as vezes torna-nos pessoas divididas, nos criamos laços, deixamos laços, por exemplo, eu já tenho uma filha cá, tenho raízes cá já..mas sim, sinto esta obrigação, vou carrega-la sempre, dar de volta ao meu pais aquilo que ele me deu, mas nós, bem, basta estar ao pé do mar para estar bem não é?” É sim João. Obrigado e que te tornes presidente da República de Cabo Verde.

Lagoa, 13 de Junho de 2016
Rui Soares


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