Chris Cork, 53 anos

Chris Cork, 53 anos - conheci o Chris no Estádio de Wembley onde ele supervisiona e dá apoio aos fotógrafos "Trabalho aqui há 12 anos, mas é uma espécie de hobbie, venho cá quando há jogos e concertos. Sou responsável pelo correio num banco e esse é o meu trabalho" Perguntei-lhe qual era a sua origem "Eu nasci aqui em Inglaterra mas os meus pais eram Jamaicanos. Vieram em busca de uma vida melhor e deixaram 4 filhos para trás. Sempre soube que tinha mais 2 irmãos e 2 irmãs mas nunca os tinha conhecido. Só os conheci quando já tinha 30 anos e viajei até à Jamaica e agora tento ir lá todos os anos" Sobre se gostaria de ir para lá viver disse-me: "Não, gosto muito de viver aqui em Londres e sabes lá veem-me como rico e acham que tenho muito dinheiro e não percebem que cá também a vida é muito cara e que não sou nada rico" Perguntei-lhe qual era o seu maior sonho e se tinha algum episódio marcante da sua vida que me quisesse contar "O meu maior sonho é ser feliz e hoje em dia sou muito feliz e já te explico porquê! Quando tinha 16 anos fui para a tropa e estive lá 5 anos, depois fui viver para a Alemanha e fui pai aos 21 anos, quando voltei a Inglaterra perdi o rasto ao meu filho e à mãe dele e só voltei a reencontrar o meu filho passado 26 anos! Deixámos de ter contacto, ela mudou de cidade, eu não tinha o numero dela e o tempo foi passando. Tentei várias vezes reencontra-los mas nunca consegui. O meu filho cresceu e começou a jogar futebol e um amigo meu Alemão cujo filho também jogava futebol, conhecia o meu filho e alguém sabia da história e acabamos por arranjar o contacto um do outro. Na primeira conversa estivemos mais de três horas a conversar, depois fui ter com ele e foi muito emocionante, felizmente a mãe dele nunca o pôs contra mim, foram apenas uma série de desencontros. Agora falamos quase todos os dias e tentamos estar juntos sempre que possível e já sou avô de um menino com 11 meses! No passado Sábado fui à Alemanha ao casamento dele e agora há que tentar recuperar o tempo perdido!" 

Londres, 2 de junho de 2016. 

Miguel A. Lopes