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Marcelino Pacheco, 48 anos

Marcelino Pacheco, 48 anos. Conheci o Marcelino em Ponta Delgada. Estava com uma expressão muito fechada a princípio, mas lá acedeu participar no projecto. Conta-me que é vendedor de peixe e marisco desde os 8 anos: "A minha vida foi só trabalhar, nem sei ler nem escrever”. Para além do trabalho árduo, a sua vida teve altos e baixos muito difíceis. Estava casado há quase 25 anos, tinha duas casas e dois estabelecimentos comerciais arrendados, e nessa altura estava tudo a correr muito bem. Infelizmente, sofreu um acidente, desde aí ficou a sofrer de epilepsia, a sua vida aí deu uma grande volta: "Nunca tinha tido epilepsia antes... e depois também perdi imenso dinheiro com um advogado que me enganou, perdi tudo por causa da minha ex-mulher... perdi a minha mulher e os meus filhos, enfim... A minha vida deu uma volta gigante." No entanto, a sua resiliência não o deixa parar: "mas olha, forma estou a andar com a minha vida para a frente, não ando a dormir nas valetas nem na rua. Bem ou mal, eu vou andando... hoje dói, amanhã já não! Aconteceu, mesmo analfabeto, sempre fui muito trabalhador, por isso é que tudo vai correr bem”, diz resignado. 
Agora diz que não sabe bem o que vai acontecer, ou o que pode fazer. Diz ter o seu orgulho e não ser uma pessoa de pedir esmola a ninguém. "Ando a fazer a minha vida devagarinho, conforme eu sei... Graças a Deus, estou apenas à espera que as coisas se resolvam. O que vier de bom eu aceito, porque ninguém deve querer mal para si próprio. E com saúde vamos em frente, o dinheiro não é tudo”, diz ele enquanto se despede. Obrigado e boa sorte com tudo, Marcelino.

Ponta Delgada. 16 de Maio de 2016
Rui Soares


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