Fernanda Lopes, 58 anos & André Ruivo, 29 anos. Num dia que parecia de Verão era impossível não reparar neste par trajado de forma alusiva ao século passado. Quando os abordei, rapidamente percebi que faziam parte do grupo TASE - Teatro de Animação de Santa Eufémia. “Estamos a promover um evento que irá decorrer em Maio, aqui em Leiria, com o nome 'Viagem à Leiria Moderna'. E também tínhamos connosco o Rei D. João I. Mas já foi embora”, diz Fernanda, brincando. Quando lhes pergunto como é que começaram no teatro, André responde que tudo começou como brincadeira. “Infelizmente cada vez há menos teatro na televisão. E desde pequena que adoro teatro. Por isso, em 1999, decidi criar um grupo de teatro e organizei um espectáculo. Na altura era apenas de mulheres. Os homens tinham vergonha de subir ao palco. Até tive de ser eu a fazer o papel de rei D. Pedro”, conta Fernanda, adiantando que o grupo acabou e foi então que se juntou ao TASE. Fernanda e André gostam imenso da arte da representação mas, curiosamente, nunca pensaram encarar esta actividade como o modo de vida. “Sou advogada e nunca pensei em seguir carreira, mas claro que se houvesse mesmo uma boa oportunidade iria pensar nisso. Creio que posso dizer por ambos que o teatro nos faz sentir bem”, diz Fernanda. André acrescenta que sempre encarou o teatro como hobby. “Dá-me imenso gozo quando as pessoas se manifestam. Esteja muito ou pouco público, porque na realidade, com as luzes, nem nos apercebemos. Mas quando percebo que se estão a manifestar, seja a rir ou bater palmas, é que sinto realmente gozo”, assume o jovem. Naquele instante, olham um para o outro, sorriem e, parecendo combinado, dizem: “é a nossa segunda-casa”.
Leiria, 1 Maio 2016
Rui Miguel Pedrosa
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