Pedro Gomes, 31 anos. Conheci-o na hora de almoço e prontificou-se logo a participar no projecto, sempre super bem disposto e com um sorriso na cara.
Começou por me dizer que de momento é gerente de um restaurante, mas andou "perdido" por outras áreas: "já fui distribuidor de pão, já trabalhei numa papelaria, já trabalhei num restaurante de sushi, e de há uns anos para cá tenho aqui este restaurante. É do meu pai, mas eu é que sou aqui a cabeça do toiro." Refere que tem sido um experiência "mais do que trabalhosa", e que todos os dias são muito diferentes, até as chatices com os colegas de trabalho vão sendo sempre diferentes. Para além disso, sente que todas as taxas associadas ao negócio acabam por desmotivar um pouco o trabalho: "é demasiada coisa...”
Natural da nossa capital, diz-me que Lisboa é a melhor cidade do mundo - de todas que conhece, esta é a melhor: "não se passa aqui nada, consegues viver e andar de um lado para o outro à vontade, e o clima é óptimo!”, diz em tom de alfacinha orgulhoso.
Para o futuro, disse-me que só lhe falta "fazer um filho": "Já ando a treinar há uns anos, mas ainda não apareceu uma atleta que corra mais do que outros”, disse entre gargalhadas. Conta-me que quando era mais novo fazia mais planos, mas estes "saíam todos furados", por isso mais vale viver o dia-a-dia e só fazer planos a curto prazo. "É difícil tentar projectar a vida a 4/5 anos quando temos uma economia que não nos dá estabilidade e sustentabilidade emocional para dizeres “Olha foda-se, vou comprar uma casa”. Sei lá se daqui a 2, 3, 10 anos esta merda fecha e vai tudo por água a baixo?! São eu e mais 8 vidas que aqui estamos desgraçados, e acaba por ser por aí... esta instabilidade toda não te deixa ter grande bagagem nem grande aptidão para teres ou poderes fazer grandes projectos,” disse-me em forma de despedida antes de ir servir uns clientes. Obrigada pelo teu tempo, e a vitela estava óptima.
Lisboa. 29 de Março de 2016
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