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Maria Fernanda Queiroz


Maria Fernanda Queiroz - Encontrei a D. Fernanda a apreciar Chihuahua's numa montra de uma loja de animais. Depois de conversarmos um bocado sobre cães e o seu amor pelos mesmos, expliquei-lhe o nosso projeto. Quando lhe perguntei a idade sorriu e disse-me: “Tenho duas idades! Como eu digo tenho duas gavetas no tempo. Uma é a idade cronológica, que é feita de memórias do passado, é a minha vida viv...ida, e outra é a idade mental, que essa sim é a minha verdadeira idade porque sou eu no presente”. Apesar de não me dizer a idade, deixou-me o desafio: “pode fazer a conta depois, nasci em 1935!” Depois, com orgulho, mostrou-me uma foto de uma tuna onde participa. “Eu e mais amigas andamos na Unisben, que é a Universidade Intergeracional de Benfica. Chama-se Universidade, mas funciona como uma instituição de âmbito social e educativo com o propósito de combater a solidão e proporcionar aos seniores com mais de 50 anos momentos de aprendizagem e lazer. Já aprendi a tocar cavaquinho!”. Perguntei-lhe se era casada e confidenciou-me que sempre foi “solteira por opção” e que não tinha filhos, tendo sido professora toda a vida, “no ensino básico de música e de ensino especial de surdos”. “Para lhe ser sincero os meus filhos foram sempre os meus alunos, a eles dei sempre tudo”, confessou. Sendo Dia Internacional da Mulher quis ainda saber o que achava desta data. “É um dia normal, mas é engraçado que neste dia, nos meus anos, no Natal e em datas especiais recebo sempre mensagens dos meus antigos alunos”, relatou. Depois voltou o tema da idade: “A minha fraqueza é quando penso na minha idade cronológica e é tudo passado, como esta nossa conversa. O que falamos já é passado. Sempre disse aos meus alunos para que aproveitassem bem a vida, e olhe jovem o tempo voa e há mesmo que o aproveitar! A minha idade cronológica, às vezes, não aguenta a idade mental. Há um mês estava a dançar a dança da rosinha em folclore e parti o menisco, mas já fui operada e, veja lá, já ando aqui como nova!”. Pedi para a fotografar, pedido a que acedeu e disse: “eu confio em si, você tem ar de boa pessoa, mas olhe que já muita gente me pediu para participar em coisas para a internet e eu tenho sempre recusado”. Obrigado pela sua juventude e pelo seu lindo sorriso D. Fernanda

Lisboa, 8 de Março de 2016
Miguel A. Lopes


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