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Maria Almeida, 24 anos

Maria Almeida, 24 anos. A conversa que tive com a Maria é uma daquelas histórias de luta que mostram como os esforços que uma família faz pelos filhos são compensatórios. Mas, no caso da Maria, esse esforço está a ser prejudicado pela situação laboral em Portugal. "Morei num bairro complicado, em Lisboa. Isso é algo que faz parte de mim. Vivi lá, durante 20 anos, com os meus pais e irmãs".
Mas revela que havia diferenças entre a sua família e o resto. "Mas tivemos, desde sempre, uma educação diferente do resto das crianças do bairro. A minha mãe tinha como objectivo que não fôssemos como os outros miúdos. Sempre se esforçou para que o ambiente do bairro não influenciasse o nosso futuro. Sempre quis o melhor para nós e não nos queria ligar a esse ambiente. Lá no bairro, havia bastante droga e violência. Hoje em dia, ainda há. Mas acho que já não está tão à descarada. Por exemplo, a maior parte da malta tem apenas o 6º ano e, às vezes, nem isso. Nós não. E, desde sempre, fez o possível para que fizéssemos parte de alguma associação, o que nos permitiu conhecer mais do nosso país. Tenho o curso de auxiliar educativa mas estou desempregada. Ainda consegui concluir o curso. Mas, na realidade, apesar de gostar de crianças, acho que fui fazer o curso porque não sabia bem o que queria. Acho que esse está a ser o meu problema. Talvez porque vejo a juventude a concluir cursos e a ficar no desemprego. Tal como eu estou. Percebe? Mas olho para trás e vejo que, afinal de contas, esse esforço valeu a pena. Mas, infelizmente, a situação actual do trabalho, em Portugal, é que não permite que esteja numa situação melhor. Agora apenas me resta esperar por perceber o que realmente quero seguir e por melhores oportunidades de trabalho. Vou esperar e ver como corre o dia de amanhã".

Lisboa, 8 Março 2016
Rui Miguel Pedrosa


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