Fernando Luz, 51 anos. Desde muito cedo que começou a coleccionar de tudo um pouco. “Comecei por coleccionar, por exemplo, selos ou cromos de cadernetas. Devia ter uns 8 ou 9 anos. Mais tarde, comecei a frequentar feiras e aí começou a paixão do coleccionismo”. Pedi-lhe para me falar mais desse percurso. “Ser coleccionador sempre me fascinou. Passei por diversas fases mas, desde que comecei a interessar-me pela leitura, principalmente por História, Literatura e Poesia, que corri as feiras todas para comprar o que podia ou o que estava ao meu alcance. Desde cedo que comecei a perceber que havia coisas que não conseguia comprar por serem demasiado caras. Há livros que custam fortunas”. Fernando tem um site no qual faz algumas vendas. Mas foi há cerca de 10 anos que começou a ir vender para as feiras. “Foi uma experiência única. Aprendi muito. Conheci imensas pessoas e a troca de conhecimentos era incrível. Era, praticamente, uma sala de aula ao ar livre”.
Actualmente, Fernando divide o seu tempo entre o trabalho diário, como administrativo, e a sua loja (Livros Suméria, em Leiria). “Creio que, em Leiria, devo ser o único alfarrabista. E isso é, para mim, um hobby, ou se calhar um part-time. Felizmente que está a correr bem. Aqui, recebo imensas pessoas, desde compradores, vendedores e outros curiosos. Mas o meu sonho, apesar de não ser fácil, é ter um local com um espaço comum, onde possa fazer exposições, receber tertúlias e outras actividades. Até chegar a essa altura, venho para aqui até à noite. Isto dá-me um prazer enorme. Por mim, passava aqui o meu tempo todo. Nestes livros todos vejo coisas incríveis que, hoje em dia, já não se vêem em lado nenhum. É o verdadeiro conhecimento que passa por todas estas páginas”.
Leiria, 12 Fevereiro 2016
Rui Miguel Pedrosa
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