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Berta Aguiar, 37 anos

Berta Aguiar, 37 anos. Quando conheci a Berta, esta aceitou logo participar do projecto e começou por me contar que era assistente administrativa na Marina de Vila Franca, "mas o que queria ter sido mesmo era professora ou médica. Infelizmente ou felizmente, não tenho vocação para nenhuma delas!" Teve de sair da escola muito cedo para ir trabalhar, e saiu da sua freguesia, Lomba da Maia, aos 17 anos para ir viver em Ponta Delgada: "Fui viver a minha vida, decidi sair de casa. Foi uma diferença, saí da freguesia para a cidade, mas foi bom. Eu cresci, amadureci e tive uma certa liberdade que não era normal naquela altura, muito menos uma rapariga de freguesia! Ser dona do meu nariz, nunca gostei que as coisas aparecessem de mão beijada, sempre trabalhei para ter o que quis, para amanhã ninguém me dizer que me deu ou ajudou. Acho que luto todos os dias, sou feliz assim… penso num dia de cada vez, porque a vida assim me ensinou". Conta-me também que vive em união de facto há 20 anos porque casar "está fora de questão. A assinatura do contrato pesa muito! Nós temos uma vida normal, temos um filho de 8 anos, apenas não assinamos nada”, disse com um sorriso de felicidade. Diz que não faz planos a longo prazo, até porque sofre de uma doença crónica e tende a pensar mais no dia-a-dia: "tenho Diabetes tipo 1 e nem sempre é fácil, por isso aprendi a lutar todos os dias. Nem sempre 2+2 dão 4, e essa doença não dói, mas mata: não é apenas o que se come, o que se bebe, tem muito a ver com o estado de espírito e a ansiedade, que pode causar um descontrolo… não é fácil, mas vive-se!”. 
Diz-me que nunca imaginou viver fora dos Açores "nem por nada": "Este verde, este mar, sou muito ligada à nossa natureza. A falta do verde deixa-me melancólica e triste. Voltei a viver na Lomba da Maia e é um descanso: viver lá é descansar, do dia a dia, do trabalho, a vida é calma". 
“A única coisa que quero no futuro é que eu, o meu filho e o meu marido tenhamos saúde. E que as pessoas tivessem um pouco de valores, os valores são muito importantes”, concluiu. Obrigado pelo teu tempo Berta e tudo de bom.

Vila Franca do Campo
24 Fevereiro 2016 Rui Soares


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