José Nunes André, 67 anos. Foi maratonista, especialmente nas meias-maratonas (21,1 km) e ainda ganhou algumas provas. Pergunto-lhe qual tem em memória que o tenha marcado. “Lembro-me, em especial, do recorde de meia-maratona, em Pombal, com o tempo de 1h13mins”. Mas confessa que já não pratica há cerca de 20 anos. “Actualmente, apenas faço desporto por prazer e por saúde. Cerca de 8 a 10kms por dia, às vezes de bicicleta e, outras vezes, a correr”. Mas a sua profissão é queme chamou a atenção. É investigador em Geografia Física. “E divido o meu tempo entre a investigação e o desporto”, conta. Peço-lhe para me falar sobre a investigação que está a fazer. Revela que está a fazer um trabalho sobre os ambientes costeiros da região Centro e a alteração da linha de costa. “É um assunto que me preocupa porque é irreversível. E as medidas, que são tomadas, são, efetivamente, temporárias. Ou seja, não há solução”. Explica que a 'deriva litoral' são os ventos predominantes e deveriam trazer os sedimentos (areia), que ficam retidos, por exemplo, nas barragens. Uma das consequências disso, afirma, é a subida do nível do mar. "Isso sim, é preocupante”, considera. “É claro que o aquecimento global é outro dos problemas, mas sobre esse assunto já houve vários estudos que provam que esse é um movimento cíclico”.
Monte Real, 11 Janeiro 2016
Rui Miguel Pedrosa
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