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João C, 30 anos

Conheci o João no seu estúdio que partilha com a namorada, fotógrafa. Mais conhecido como Johnny Double C., é ilustrador e tatuador, mas prefere ser conhecido como "ilustrador de carnes"; “não gosto que me chamem de tatuador, porque os tatuadores têm por vezes uma certa mania de se colocarem em pedestais, não gosto disso”; “muitos colegas meus gostam de dizer que tatuaram A ou B, mas prefiro que seja o trabalho - que seja a tatuagem - a falar por si, fico muito mais satisfeito tatuar cenas mais fixes do que alguém famoso”, diz a sorrir. Conta-me que já tatuou muita, muita coisa, e algumas umas pouco estranhas; “tatuei uma vez um éclair num chef de cozinha e noutra pessoa um gelado 'Perna de Pau'”; “cada um com a sua”, remata ele. Continua relembrando que “nós somos carne para canhão, vamos todos para de baixo da terra e o bicho não come a tinta”. Risca com o que há, e risca mesmo, sejam canetas, agulhas, aerógrafos, etc., e já andou por Luxemburgo a pintar, mas não gosta de Jams de graffitti: “prefiro não mostrar a cara, as peças é que contam”. Durante toda a nossa conversa o João esteve com o filho ao colo que não parava quieto e estavam sempre a “conversar”, sendo que lhe perguntei por qual das artes preferia que este enveredasse, entre o graffitti e a ilustração: “preferia que seguisse a ilustração, o graffitti é muito perigoso, pintar comboios, muito perigoso”. Depois de saber que hoje o projecto 'Um Estranho por Dia' esteve no Você na Tv, contou-me que ia ao programa 'Tardes da Júlia': “queimei uma cadeira, ficou muito bacano e agora ando a experimentar queimar outras coisas” (e ficou mesmo, porque mostrou-me!). João, da próxima vez que vier a Lisboa, vais-me tatuar. 

Lisboa. 23 de Dezembro de 2015. 
Rui Soares


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