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Maria Isabel Pereira, 72 anos

Maria Isabel Pereira, 72 anos. “As gerações mudam, mas o valor de um sorriso é intemporal” – esta é a frase que está patente num dos sítios mais emblemáticos da cidade de Leiria. Já há algum tempo que tentava encontrar a pessoa, que durante gerações, fez as fotos tipo passe, usadas nos documentos de identificação. A saúde impede-a de estar no quiosque em permanência e, actualmente, apenas se desloca lá esporadicamente, para ver como estão as coisas e conversar com a amiga que a está a ajudar durante a sua ausência. “Bem, para começar, posso dizer que nunca pensei que algum dia iria tirar fotografias às pessoas”, assume. Mas vamos por partes. Maria Isabel abriu um quiosque/tabacaria quando regressou de Angola, onde esteve 15 anos. “Eu gostava do que fazia, então decidi continuar a fazer o mesmo cá em Leiria. Mas, perto dos 40 anos, sofri um AVC e estive 3 meses em coma e perto de um ano em recuperação. Naquela altura, como tinha um irmão no Brasil, os médicos aconselharam a continuar a recuperação lá. Onde estive 4 anos”, revela. Regressou a Leiria em 1989, essencialmente por saudades. E foi nessa nova fase da vida, que durante uma ida a Lisboa viu uma máquina de fotografias rápidas. “Nessa altura decidi que iria ter o mesmo em Leiria. Naquela altura havia apenas 3 ou 4 máquinas do género em Portugal. E consegui. Ao longo dos anos, já houve mudanças de equipamento mas o essencial está aqui!”, afirma orgulhosa, revelando que os filhos foram os primeiros a ser retratados e a dar-lhe todo o apoio. “Ao longo destes anos os meus filhos têm sido o meu suporte. Ajudaram imenso. Se não fossem eles eu não estava aqui hoje”, confidencia. Rapidamente, como que mudando de assunto, confessa que ao longo dos anos fotografou diversas gerações e afirma que ainda reconhece uma larga maioria dos 'modelos'. “Todos os clientes eram especiais. Houve alturas que não parava. Começava logo de manhã, quando abria, e era até fechar, sempre a fotografar. Mas, infelizmente, com o novo sistema para os documentos, fui tendo cada vez menos trabalho. Mas reconheço que me sinto feliz pelo que fiz”, admite em jeito de conclusão.

Leiria, 14 Junho 2016
Rui Miguel Pedrosa


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