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Rui Patrício, 75 anos

Rui Patrício, 75 anos. Reformado, fez uma grande parte da vida em Angola e não esconde a paixão que sente por esse país. “Gosto tanto que depois da vida militar, acabei por ir para lá trabalhar. É o clima. É a música. São as pessoas. Apanhar uns banhos naquele mar e aquelas praias magníficas”, conta, relembrando, como se estivesse naquele preciso momento a ver o que descrevia. Até me senti a imaginar toda a descrição que ele fazia. E em Angola, um dia, uma senhora conhecida do trabalho, abordou-o e pediu-lhe que cuidasse e protegesse o filho dela. “Sabe que lá a vida não era fácil. E o jovem, com 12 anos, estava também à procura de trabalho. Por isso, fiquei sensibilizado com o pedido da mãe e fiquei com ele. Demo-nos bastante bem. Gostámos um do outro e então quis mesmo adotá-lo. Naquela altura, houve amigos que diziam que eu não era bom da cabeça. Mas não me interessou nada e avancei com a decisão. E trabalhámos juntos durante cerca de 30 anos até à altura que regressei a Portugal e ele ficou lá para seguir o negócio”, conta Rui. Atualmente, desafiado por amigos, começou a fazer doçaria e salgados e acaba por ir vendê-los em alguns espaços comerciais de Leiria. “Sinto-me bem com isso. Sinto-me útil e ocupado. Um dia, já tentei acordar e sentar-me no sofá sem fazer rigorosamente nada. E sabe? Não consegui! Fiquei logo com a neura. Não sou capaz de fazer isso”, revela sorrindo. E conclui: “sabe que mais? Sempre tive amigos, filhos, netos. Enfim, tudo. Olho para trás e tive uma vida bastante feliz”.

Leiria, 23 Abril 2016
Rui Miguel Pedrosa


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