Carlos Silva, 56 anos. Natural de Leiria. Trabalhou na Secretaria de Apoio da Base Aérea Nº5, em Monte Real e encontra-se agora na reserva. Conta que antes da carreira militar começou por trabalhar na indústria de plásticos, mas na procura de mais estabilidade financeira, decidiu entrar para o serviço militar, em 1980. “Na altura, já se começava a notar alguma crise no sector e optei por não arriscar, continuando nessa área. Queria um local onde o trabalho e o ordenado fosse mais certo. Fiz o serviço militar obrigatório e fui colocado nos Açores. Fui como voluntário e não me arrependi nada”, ao contrário de muitos camaradas que não aceitaram ir para lá e outros, que mal chegavam, tratavam logo da burocracia para regressar ao Continente. "No meu caso, optei por mentalizar-me que aquele era o meu serviço. Senão ia ser mais um contrariado que lá andava. Mas na verdade, também houve casos em que quando vinha a altura de virem para o Continente, voltavam a meter os papéis, mas desta vez para ficarem lá”. No caso de Carlos, gostou tanto da experiência, que 3 anos depois decidiu concorrer ao curso de Sargentos. “Depois de concluir o curso, fiquei nos quadros e acabei por ficar cá, no Continente, até aos dias de hoje”. Terminamos a falar sobre a situação actual do serviço militar e o desemprego. “É precisamente esse o problema. Nós, que estávamos lá, começámos a notar desde que acabaram com o serviço militar obrigatório e passou a ser voluntário. Os jovens procuram o serviço militar, como sendo apenas mais um emprego ou um escape para alcançar a estabilidade profissional”, conta Carlos.
Leiria, 18 Março 2016
Rui Miguel Pedrosa
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