Ilda Soares, 23 anos. Quanto encontrei a Ilda e lhe expliquei o projecto, ela aceitou logo participar, com um largo sorriso. Quando lhe perguntei pela sua vida, começou logo por dizer que: “Neste momento, estou desempregada. Vai fazer um ano em Março e estou a tirar uma formação de Inglês, porque mandaram-me. Acho que vai ser muito benéfica para mim, estamos ainda no início, mas acho que vai ser bom para mim, para melhorar o meu inglês”, para continuar a dizer que: “Antes, trabalhava num ginásio no Hotel Vip. Estudei até ao 12.º, num curso profissional em Organização de Eventos, mas cá não temos escoamento para tantos alunos. Tenho procurado trabalho nessa área, mas não está a dar, pelo menos cá!”, mas sempre com um sorriso contagiante.
Conta-me que “a vida está um pouco complicada, não vejo trabalho, não vejo objectivos assim para o futuro… não tenho muitos ainda, mas queria ter uma casa, casar, quem sabe, e não vejo nada disso na minha vida neste momento. Está mesmo um pouco mau, não vejo a luz ao fundo do túnel e o meu dia a dia é assim: passado a passear e a tomar café com umas amigas. Procuro emprego, todos os dias, em qualquer área – menos cozinha ou bar, porque dizem-me logo que não tenho experiência. Estou na internet, sempre à procura. Mando e-mails, mando currículos, mas nunca obtenho respostas. Mas, o que aparecer, vou dizer que sim!”. Teve uma infância normal e feliz, “acho que eu dava uma boa professora. Quando era pequena, era o que eu queria ser, mas isto hoje em dia, nem pensar, está mesmo fora de questão. Ainda pensei ir para a universidade, mas agora, desempregada, nem penso nisto, não dá”. Para já explica que está feliz, graças a uma decisão que lhe foi muito importante: “vivo sozinha, com a ajuda do meu namorado e acho que foi a melhor decisão de minha vida, ser independente! A experiência é mesmo maravilhosa”. Sobre o futuro, num tom triste, declara que: “não sei, não sei mesmo como vai ser o futuro. Gostava de ter uma casa, casar. Mas, para já, como as coisas estão, não posso sonhar muito. Vou vivendo o dia-a-dia e não consigo viver mais além, porque estou muito limitada”. Espero que encontres a tua luz ao fundo do túnel, Ilda. Tudo de bom para ti.
Ponta Delgada. 1 de Fevereiro de 2016
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