Rosa P. 49 anos. Encontrei a Rosa à conversa com umas vizinhas e quando meti conversa com ela, respondeu-me logo que não tem "idade para estas coisas, senhor. Eu já vou fazer meio século no próximo mês”, diz com uma valente gargalhada pelo meio. Começou por me perguntar se sabia quem era Baden Powell: “O senhor sabe quem é o pai do escutismo? Pois eu faço anos na comemoração dos escuteiros, 22 de Fevereiro.” Conta-me que antigamente, nos seus tempos de solteira, dava dias em casa de outras pessoas, mas depois casou e "vim para aqui, dediquei-me à apanha do musgo... aquilo dava um belo dinheiro na altura, ganhava-se bem”, diz ela. Viúva há 8 meses, conta-me que o marido era "um bom homem mas a doença foi mais forte do que ele”. Hoje em dia continua a trabalhar, tem encomendas de minhoca e caranguejo para fazer o iscos, o que dá para ajudar a sua família. “Consola estar pelo calhau, estou sozinha com os meus pensamentos. Agora custa mais um bocadinho mas temos de enfrentar a vida. Há que continuar a vida”. Com alguma pressa, diz-me que tem de se despachar: “Senhor tenho de ir fazer o almoço para os meus pinarretas! Veja só a minha sorte, tive 2 raparigas e 1 rapaz, e agora tenho 2 netos e 1 neta, tenho a casa cheia”, conta a sorrir. Dona Rosa, espero que o atum fique óptimo.
Lagoa. 5 de Janeiro de 2016
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