Nasceu em Gouveia e vive em Lisboa desde muito cedo. Não sabe nem ler nem escrever excepto o seu nome, que aprendeu quando assinava as cartas que os seus pais escreviam para os seus familiares do Algarve.
Contou-me que só foi registada quando o seu irmão nasceu, 3 anos depois, ou seja no seu BI a sua idade é de 84 anos e não 87 como na realidade é.
Veio para Lisboa trabalhar e teve o seu primeiro emprego "a sério" aos 16 anos para comprar uns brincos "era uma coisa muito complicada de se comprar por serem tão caros e só as raparigas de boas famílias é que tinham brincos e eu queria muito uns".
Trabalhou numa empresa de limpezas 47 anos em Lisboa e desde que se reformou que se dedicou ainda mais a alimentar pombos.
É viúva há 40 anos e nunca mais se juntou com nenhum outro homem "apesar de não me faltarem pretendentes ali no Cabo Ruivo, onde vivo agora".
Voltando aos pombos, a D. Maria Rita, contou-me que já passou por situações caricatas como ter sido algemada enquanto alimentava os pombos, por isso mesmo, por alimentar os pombos na via pública.
Perguntei-lhe o porquê desta paixão por um animal que tanta gente tem "medo" ou, arrisco-me até a dizer: "nojo" e responde-me que gosta e cuida destes animais como há pessoas que gostam e cuidam de cães ou gatos "o amor é o mesmo".
Lisboa, 5 de janeiro de 2016.
João Porfírio
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