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Carlos Carreiro, 54 anos

Carlos Carreiro, 54 anos. “Sou de Vila Franca, mas tem de ser, sou longe de casa, sou pescador e tive de ir consertar a minha mota” diz-me ele, assim que comecei a conversar com ele. Desalentado com a vida do mar, disse-me: “Isto está ruim, numa noite, apanha-se chicharro e na outra noite não se apanha nada, e para sustentar uma família, olha vou “nicando” aqui, vou “nicando” ali, vou desenrascando da maneira que posso..um homem não tem ordenado firme, ganha-se pouco, e é dessa maneira é que se vai andando. Esta vida de pescador está bem ruim, e desde que esses governos proibiram de apanhar peixe, isto é como uma excomunhão..viver do mar está ruim, e so estou a espera de aguentar mais um ano, porque para o ano entro para a reforma..” 
Terminamos a falar de algo mais pessoal, do seu Pai: “Já ando na vida do mar desde de criança, acho que tinha 14, 15 anos e tive de vir para o mar porque as posses não eram assim muitas, o meu querido pai morreu com 37 anos, quando eu tinha um ano e meio, não o conheci e tenho muita pena, a minha mãe trabalhou para nos sustentar, foi uma vida difícil, mas o que gostava era de ter conhecido o meu pai, gostava mesmo, todas as pessoas que o conheciam falavam bem dele, que era boa pessoa, ele era um homem do mar, era baleeiro nas Capelas, que era um homem certo..gostava de o ter conhecido… que Deus o guarde” contou ele, para terminar a dizer: “Ele deve gostar de me estar a ver!” Obrigado Sr. Carlos e que desfrute bem da sua reforma.

Lagoa, 17 de Junho de 2016
Rui Soares


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