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Hugo Mendes, 33 anos

Hugo Mendes, 33 anos. “Olhe, sou mais conhecido por ‘Pripé’, que é um diminutivo de ‘peripécias’. Em todo o lado todos me conhecem dessa forma. Sou um gajo brincalhão que leva a vida na brincadeira, mas com todo o respeito pelo próximo. As pessoas podem e devem brincar mas sempre com respeito. E hoje em dia não há muito disso”, desabafa mesmo no início da conversa. O ‘Pripé’ trabalha numa pista de carros de choque há 8 anos e confessa que nunca se imaginou a trabalhar na feira, mas que os carrinhos de choque sempre o fascinaram. “Uma feira sem carros de choque não é feira. É uma imagem de marca”, afirma ‘Pripé’. Com a experiência que foi ganhando ao longo dos anos, acabou por se tornar também em mecânico. “Ouvimos o barulho estranho e identificamos logo o problema. Conhecemos bem todos estes carros que aqui estão”, admite, apontando para a pista. Quando lhe pergunto como ali foi parar, sorri e diz que foi por culpa da ex-namorada. “É uma longa história mas eu resumo. Para começar, deixei a escola no 5º ano depois do meu pai se suicidar. E a minha mãe sempre se esforçou e trabalhou imenso para cuidar dos filhos. E como eu não gostava da escola nem tinha paciência, acabei por ter noção que apenas lá ia passear os livros e ‘apalpar o rabito as meninas'. Enfim, reconheço que foi uma fase complicada”, desabafa. Este comportamento acabou por obrigá-lo a começar a trabalhar bastante cedo. Ainda tentou estudar à noite e trabalhar durante o dia, mas ao fim de algum tempo tornou-se demasiado cansativo. “Sabe que sempre gostei de trabalhar e poder ganhar o meu para viver o dia-a-dia. Estar em casa não é para mim. Então, ao fim de alguns empregos temporários, já namorava e até já tínhamos tido um filho, a relação começou a correr mal. Então um dia cheguei a casa e ela correu comigo e ‘mandou-me ir com a feira’. Levei a coisa a sério e cá estou. Aqui, neste local, sempre criei bastantes e bons amigos. Damo-nos bem. E eles, por coincidência, estavam a precisar, então alinhei”, relata ‘Pripé’. Para finalizar a conversa, confessa que não se imagina a trabalhar neste ramo o resto da vida. “Isto é fixe, mas é bom para quem não tem filhos. Ou para quem não tem objectivos de vida.”, conclui ‘Pripé’.

Leiria, 27 Maio 2016
Rui Miguel Pedrosa


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