Jorge Portugal, 54 anos. Pratica escalada desde os 25 anos e, no momento em que nos encontrámos, o senhor Jorge estava a finalizar o seu treino. “Comecei na escalada quando era ainda uma modalidade pouco conhecida. Acompanhei toda a evolução que entretanto houve, a nível técnico e humano. Uma das diferenças, por exemplo foi o aumento do número de zonas para treinar. Mas as paredes artificiais servem para os testes; é na rocha a sério que se pratica a escalada”.
Tentei perceber que tipo de dificuldades se encontram nesse desporto. “Não é tanto pelo custo dele porque é um desporto acessível. Mas, sem dúvida, a maior dificuldade é conseguir ultrapassar o medo da prática”.
Revelou nunca ter sofrido nenhum acidente grave mas já apanhou um susto. “Felizmente, não houve consequências graves mas, quando estava a praticar, uma das pedras onde me estava a segurar, soltou-se e caiu em cima de mim. A zona mais afectada foram as pernas. Com algum esforço consegui tirar o calhau e fui de rastos até ao carro para pedir socorro”. Apesar dessa peripécia, garante, nunca pensou em desistir.
“É um desporto que muitos tentam e poucos ficam. Para se evoluir, é preciso muito treino intensivo”. Nessa altura lembrei-me, apesar de não ser a mesma coisa, que tinha ficado impressionado com o filme ‘Evereste”. Jorge revelou que também pratica alpinismo e que considerou esse filme bastante fiel à realidade. “Já subi os Himalaias até aos 6000 metros. Essa meta era o meu objectivo. E mesmo para essa altitude, é preciso bastante preparação. Tendo em conta que esse era o meu objectivo, considero que foi bem sucedido”. Gostou da experiência e, cerca de um ano, voltou a experimentar. "Subi o Monte Elbrus, no Cáucaso russo, onde, aí sim, ‘conquistei’ a montanha, com 5500 metros de altitude”.
O alpinismo, considera, tem muito de aeróbico e carece de muito treino cardio vascular. Em ambos os casos, os três meses que antecederam as expedições, foram de bastante treino. E revelou: “gostava bastante de subir os picos mais altos de cada um dos continentes, mas não será fácil”.
Leiria, 16 Fevereiro 2016
Rui Miguel Pedrosa