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João Ramiro, 30 anos

João Ramiro, 30 anos. Encontrei o João sentado num muro, a contemplar uma vista sobre a cidade, com um ligeiro sorriso estampado na cara e um semblante introspectivo. Quando lhe pergunto qual a sua profissão responde que faz uns biscates: “Estou sem trabalho e vou tentando safar-me como posso. Uns biscates aqui e ali para poder ganhar algum dinheiro para os gastos”. Refere que gostava muito de trabalhar numa oficina e, por isso, não exclui a hipótese de voltar a estudar. “Talvez numa formação mais específica em oficina, porque as coisas estão sempre a evoluir e afinal de contas estamos sempre a aprender. Creio que dessa forma seria mais simples arranjar algum trabalho. Actualmente, as pessoas só querem saber do tal papelinho que diz que estás formado em alguma coisa”, conta, com algum desalento à mistura. Confessa que neste momento está a viver em casa da mãe por não conseguir ter melhores condições. “Tenho duas irmãs mas, infelizmente, estamos todos no mesmo barco e ajudamo-nos uns aos outros dentro do que é possível. As coisas continuam difíceis mas, é claro, que também já tive coisas boas”, diz, abrindo finalmente o sorriso, como que a antever alguma mudança que lhe permita dar alguma ajuda ao seu filho, de 5 anos. “Já fiz um pouco de tudo e vou tendo alguns biscates que ajudam um bocado. Mas, sem dúvida que uma das minhas preocupações é não ter um trabalho fixo e fazer todos os descontos. Sim, os descontos. Sempre descontei e não me importo nada de o fazer desde que tenha um trabalhinho. Mas tenho noção que um dia, quando estiver reformado, irei beneficiar pouco ou nada disso”, afirma João.

Leiria, 8 Agosto 2016
Rui Miguel Pedrosa


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