Ana Rita e Ana Filipa Crespo, 20 anos. Sim, estão a ver bem. Não são a mesma pessoa numa foto, nem é um espelho. São irmãs gémeas. E a única diferença é a cor de cabelo. Ana Rita explica: “O meu, com o sol, foi ficando loiro. Apesar das pessoas não acreditarem. No início, nem a minha cabeleireira acreditava que era mesmo loiro real”. “Já para não falar do feitio”, acrescenta entre uma risada. Estão ambas a conciliar os estudos com o trabalho, na ervanária do pai. “Apesar de estarmos ambas em Saúde, estamos em áreas bem diferentes. Uma seguiu terapia oriental e a outra seguiu terapia ocidental. E volta e meia estamos a mandar bocas uma à outra sobre a melhor terapia”, conta Ana Rita. Quis então perceber como era o dia-a-dia e se as pessoas as confundiam. Mais uma vez, é Ana Rita a responder: "Tem coisas boas e más, apesar de reconhecer que socialmente traz algumas vantagens e momentos engraçados”. Porém, “incomoda mais quando nos tratam no sentido colectivo e não individualmente. E, ao mesmo tempo, passam o tempo a comparar-nos no que somos ou fazemos”. Revelam ainda que quando eram mais novas surgiu a oportunidade de trabalharem juntas na série ‘Uma Aventura...’, mas não se arrependem de ter dito que não. “Íamos ficar privadas de muita coisa, principalmente da escola, que é bastante importante”. Depois, em tom de brincadeira, pergunto se alguma vez sentiram aquelas coisas, que se fala dos gémeos, de sentirem o que o outro está a sentir. Confessam que já tiveram pelo menos um episódio curioso. “Em conversa, percebemos que tínhamos tido o mesmo sonho, até o conseguimos descrever. E isso sim, deve ter sido o mais próximo de sentirmos algo comum”. Ana Rita acredita ter uma explicação para isso: “Acho que nós percebemos o que a outra está a sentir, por sermos irmãs. Crescendo juntas é normal que nos conheçamos bastante bem. Somos a melhor amiga uma da outra e bastante cúmplices. Portanto esse sentimento é normal”.
Leiria, 16 Março 2016
Rui Miguel Pedrosa
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